quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

a nossa casa de sonho, e para sempre

seria simples: espaço para todos e para tudo, com muita arrumação e personalidade e um jardim mas não muito grande, e com um alpendre. o que o meu marido me falou em alpendre ao longo dos anos. com duas cadeiras de baloiço para ler ou falar, brincar e estar em silêncio.

começamos a pensar melhor neste sonho para talvez, um dia, o podermos concretizar. somos sonhadores mas práticos e ao longo dos anos fomos fortalecendo o que era mesmo importante para nós: espaço para todos e para tudo, de preferência ligeiramente maior que a casa atual, mas entretanto fui caminhando pelo minimalismo e as coisas foram diminuindo (thanks God), a arrumação é a necessária, que nós podemos adaptar à nossa necessidade, mas se for importante, também podemos diminuir as coisas para se adaptar à casa. espaço para a mesa grande para jantares com amigos, para natal em família. um jardim onde caibam dois triciclos a alta velocidade, e dois baloiços, onde dê para esticar a mesa para os nossos três aniversários de verão. mas com jardim não muito grande porque faz lixo e porque o alarme funciona melhor sem o cão a correr por lá. e o alprende, sempre o alpendre com duas cadeiras de baloiço para esticarmo-nos e respirar e esperar que os miúdos não as usem muito para trepar.

depois cheguei a dizer que não me importava de ter exatamente a minha casa com 120m' (com obras em cima) desde que com um jardim, a caminhar pela simplicidade. mas se me deixasse sonhar, queria algo recente para ser mais prático mesmo que perdesse na personalidade, queria apenas dois andares porque sótão não me faz sentido, queria espaços arejados e uma mezzanine, portas brancas e janelas enormes.
entretanto olhando para os preços começámos a perceber que investir por investir, para nós faz mais sentido comprar novo para não termos de, a curto médio prazo, estarmos com mais gastos.

e chegou-nos uma casa que o A disse "servir como uma luva": tamanho ideal, com os quartos que queremos, com uma cozinha talvez pequena mas cheia de estilo e com a arrumação ideal para mim, que já tenho menos coisas e que adoro ver as bancadas livres. com muito branco em todo o lado inclusive nas portas e janelas grandalhonas e espaços abertos e clean. só falta mesmo a mezzanine e não faz mal. talvez falte personalidade mas para isso estaremos lá nós e o tempo. com um jardim que dá para correr e fazer derrapagens e desenhar a macaca com giz. e com dois alpendres: um para a grelha, outro para as cadeiras de baloiço.

a nossa casa de sonho seria simples, se eu fosse simples.

olhei já, talvez, uma ou duas centenas de vezes para a planta. gosto muito, preparo-me por saber que quando vemos uma casa só em tijolo, as dimensões parecem mais reduzidas e que podem haver coisas na construção que não percebemos.

e vou-a espreitar: descubro que não me preparei o suficiente para a ver só em tijolo, vejo uma parede que não percebo, vejo janelas que não parecem assim tão grandes. vejo o sol ao longe que não vai bater em várias paredes da nossa casa.

respiro. há muito para poupar e fazer para conseguirmos chegar ali, parece tão perto e tão distante. a mudança de escola, o conseguir que eles entrem naquela (mesmo naquela) escola, perceber como funciona para eles entrarem naquela escola. o medo de não vender a nossa casa, demorar muito ou termos de baixar demasiado o valor, de não termos todo o dinheiro que precisamos só para papeladas (sem contar com compras muito necessárias). o medo da nova casa ser muito diferente do que estamos a pensar, ou pequena. de nos enganarem em alguma coisa. do trajeto para o trabalho ser muito mais difícil, da escola não ser boa, de não termos dinheiro para viver, de afinal não nos darem o empréstimo, o medo da mudança o medo pelos meninos o medo e a antevisão dos comentários parvos e destrutivos como se fosse mesmo verdade que não somos merecedores. não respiro. voltam as dores de estômago e o peito apertado.

e decidimos mostrar-lhes aquele amontoado de tijolos ainda sem forma de casa de sonho e ouvimos:

- obrigada pai e mãe.

- porquê?

- pela construção desarrumada!

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

poupar - o que faço

algumas sei e faço há muito tempo, outras tento fazer:
- tomar duches rápidos: esta é óbvia,  mas se como eu te distrais com água quentinha, põe o cronometro a funcionar ou imagina que tens o homem da fruta a tocar à campainha!
- usar guardanapos de tecido (só os grandes mas já vemos diferença)
- pacotes de tv, seguros e companhia: esta semana desisti de um seguro e soube bem!
- cortar o meu cabelo: pensem no que gastam ao ano de cortar o cabelo. ontem tinha o cabelo encharcado e as pontas já estavam sequissimas, sinal de estrago acumulado que me diz estar na altura de cortar. fui buscar a tesoura, um espelho e um elástico: demorei cerca de cinco minutos a despachar-me e zero euros gastos! claro que eu tenho caracóis e um corte falhado não se nota muito, mas sabem? às vezes nota-se ou pelo menos eu noto, mas não quero saber, ele cresce e na próxima corre melhor. no youtube há muitos filmes a explixarem como cortar cabelo a nós próprios.
- cortar o cabelo dos miúdos: já cortei da D e do S (ao A só mesmo quando rapava e não quero voltar a isso). quando fiz à D jurei que nunca mais, minha rica filha, mas uns tempos depois voltei a fazê-lo e não foi tão mau, do S já fiz várias vezes mas os caracóis do miúdo coincidem com a minha auto-experiência. para correr melhor, tenho uma tia que corta muito bem e peço-lhe para cortar e vou pedindo para me dar dicas - será que não temos todos alguém assim na família?
- pôr pouca pasta de dentes: sabiam que a pasta que colocamos na escova deve ter o tamanho duma unha do dedo mindinho? e nós nas escovas convencionais enchemo-las de pasta apenas porque vemos assim na embalagem!
- não bochechar com força nem muito os dentes: eu sempre adorei bochechar após lavar os dentes mas sabiam que bochechar elimina o flúor? façam pouco e sem força e ainda poupamos novamente na água.
- levantar de uma só vez o dinheiro de bolso: eu e o A temos estipulado o valor que devemos ter "de bolso" para andar na carteira para pequenas coisas, mas é fácil perdermos noção se tivermos sempre a levantar. agora levantamos o valor mensal quando recebemos o ordenado e sabemos que é com aquilo que podemos contar até ao fim do mês.
- não comprar por impulso: isto significa ir com a lista feita para as compras, saber bem o que temos em casa, saber bem que roupa os miúdos precisam, ter noção dos produtos cuja marca não abdicamos e de onde são mais baratos, e dos outros que não nos importamos de experimentar marca branca, e ir às compras sem fome!
- máquinas da roupa e loiça só no período do vazio: porque temos bi-horário
- não ir passear a sítios consumistas: adeus querido Fórum!
- forno: como cozinhamos muito com o forno, ao domingo, dia inteiro de electricidade no vazio, preparamos duas refeições diferentes, mais um pequeno-almoço, mais pão para a semana e legumes no forno extra para acompanhamento.
- quando saímos de casa para passear, temos noção se vamos regressar ou não a tempo da refeição ser feita em casa e fazemos por ser.
- almoço no trabalho e já agora.. café também! às vezes apetece comer fora, mas é muito mais barato e saudável se levarmos de casa.. há dias que a preguiça fala alto e pode ser só alface e atum :) e com a desculpa de arejar, já viram o quanto café bebemos na rua quando em muitos dos trabalhos oferecem café mais barato (se não grátis)?
- levantar dinheiro além do de bolso só para coisas específicas: é tão fácil perdermos noção do que levantamos e onde o gastamos o troco. nós, além do dinheiro de bolso estamos a levantar dinheiro para o cabaz de fruta/legumes semanal e para a ida ao mercado, levantamos tudo de uma só vez e arredondamos para cima. quando chega o início do novo mês, o dinheiro que sobra (que deve ser no mínimo 10€), passa para um envelope intitulado "natal e prendas", que em janeiro já tinha dinheiro.
- não ter vergonha: de pedir emprestado, de perguntar se alguém tem, de dizer que não porque não é prioritário, de aceitar apenas com um "obrigada" quando alguém nos oferece algo.
- ter uma vida com propósito: isto é, comprar porque preciso e quero, ter algo porque me faz mesmo sentido a mim, fazer algo porque é exatamente aquilo que quero fazer. se vou a um aniversário é porque queremos, não vamos para parecer bem ou porque outros vão, e isto também faz diferença no nosso orçamento.

assim que me lembre é isto, e vocês que dicas partilham?

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