quarta-feira, 28 de setembro de 2016

idades no trabalho

quando a crise se fez mais ver, uma das coisas que me chamou mais à atenção, foi pessoas de mais idade em trabalhos considerados mais de miúdos. comecei por reparar no McDonald's, depois trabalho em part time em caixas de supermercado, etc.

no meu trabalho já há vários anos que faço a ponte entre a minha empresa e um dos nossos prestadores de serviços, uma empresa que vende "cenas" nossas através de Telemarketing. sempre tentamos mantermo-nos presentes, ir lá visitá-los ou dar ações de formação, mas ultimamente devido a novos projetos com eles, tenho ido lá mais vezes.

a semana passada fui lá e estava um senhor a fazer chamadas para nós que devia ter cinquentas.. hoje foi mais uma formação, e uma senhora que desconfio ter idade próxima da minha mãe.

na realidade eu não sei a vida daquelas pessoas em específico, não sei se sempre viveram o dia a dia sem pensar no futuro, não sei se trabalharam numa grande empresa que roiu.. mas ver aquelas pessoas faz-me pensar, faz-me lembrar o agradecimento e a humildade.

domingo, 25 de setembro de 2016

querer, poder, ser.

lembro-me, desde sempre, querer ser mãe. pôr uma cadeira em frente a um espelho alto, pôr-me em cima da cadeira, esconder uma almofada na minha barriga e ficar a olhar e sonhar. vieram as descobertas da vida e algures esse querer desvaneceu-se.

depois veio o A e a certeza do amor, e depois uma maior certeza do querer que já existia: ser mãe.

deparo-me hoje, em vários momentos da vida, com o pensamento do: será que pensamos bem?

sei que quis muito ser mãe, e por ter descoberto problemas nos ovários ainda quis mais ser mãe. questionamo-nos, ambos, se o poderíamos ser, a nível de dinheiro, de logística, de paciência, etc. agora, não deveríamos ir a algum sítio fazer uns psicotécnicos, que nos dissessem se ser mãe e pai somos nós? vamos ou não ter capacidade, discernimento, tudo o que acreditamos ser imprescindível vamos colocá-lo ao nível intemporal e congruente?

desejar oferecer o base aos meus filhos e constantemente estar a questionar se estou, minimamente a passar-lhes isso.

sei ser mãe?

sábado, 24 de setembro de 2016

hoje sonhei (e acabei de me lembrar)

que estava grávida.

fui logo falar com a minha chefe, estava muito triste e... seca, não saia qualquer lágrima e eu própria não sabia porquê.

tanto em sonhos como na vida real, neste momento sei: não quero estar grávida.

e acabar de me lembrar disto é, novamente, sufocante..

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

sou princesa

a ideia que pessoas diferentes têm das princesas é ou pode ser muito diferente entre si.

sou uma princesa dos pés. não que os meus pés sejam lindos e pequenos (felizmente também não são gigantes), mas porque qualquer coisa aleija. seja uma mini concha, uma pedrinha no calçado, o calcanhar que é tão seco que dói, a areia mais quente, uns ténis super almofadados que nos primeiros tempos fazem feridas, daquelas que obrigam ao uso de pensos e de sapatos velhos nos dias seguintes.

sou uma princesa da pele. não que tenha uma pele cristalina e aveludada, antes pelo contrário. tudo me faz alergia e borbulhas e reações e vermelhidão. tenho pele super sensível e delicada.

sou uma princesa da cama (nada porno por aqui). tal e qual a Princesa Ervilha, que com uma micro migalha ou impureza com relevo não consigo dormir.

sou uma princesa das calças. eu que sempre adorei calças largas, com a moda atual tenho mais calças largas que alguma vez tive. calças largas obrigam a certos cuidados que uma trapalhona desastrada como eu deve ter - nunca correr, nunca descer degraus à pressa, nunca andar rápido quando está muito vento porque o tecido duma perna vai para o lado da outra perna e aumenta o perigo de queda (mais uma vez).

MAS quando subo degraus com calças largas, quando tenho de puxar as calças para cima como se fosse um super vestido com saiote, quando as levanto ligeiramente e subo a correr para apanhar o comboio como se estivesse a saltitar entre os lagos do meu palacete, aí sim sou uma princesa!

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

dia de festa

acordei cedo, tratei do bolo, não correu como visualizei, repensei o bolo e a miúda adorou. fomos para a festa número um, só para criançada. cheguei lá já frustrada mas feliz por ver a felicidade da D, e eu também a conseguir aproveitar o momento. no fim, quando os pais os foram buscar e os miúdos apresentaram o que aprenderam, a felicidade da D era enorme, apesar de ver nela alguma "envergonhadez", não desistiu do que nos queria mostrar. tirei uns segundos para olhar para os outros pais, o que vi disse-me que valeu a pena!

por essa altura a dor de cabeça já era bem sentida, o stress, o querer fazer bem, o atrasarmo-nos..

o A foi buscar frangos e eu levei quinze pessoas da família, em excursão, até à festa numero dois, em minha casa. estava a tentar manter-me calma mesmo sabendo que estava tudo para preparar, que o A tinha estado a trabalhar durante a noite e ainda sem dormir. acabou por correr mesmo muito bem, com relativa paz quando temos dezanove pessoas em casa, quase metade crianças. depois do trabalho chegou ainda a minha irmã. vi todos felizes, apesar de ter tido, depois, de os mandar embora, achei que correu bem para todos. demos a nossa prenda à miúda, ela adorou. o A foi deitar-se, a D não queria largar a prenda o S não queria deixar de tentar mexer na prenda da D.. lá consegui que se deitassem para a cesta e eu com eles. acordei pouco depois, arrumei algumas coisas, eles acordaram e brincaram mais, dei reforço medicamental à minha enxaqueca, o A acordou, dei-lhes banho e comida, despedimo-nos, o A foi trabalhar, fui deitá-los, adormeci um pouco entretanto.. fui despachar-me e enquanto lavava os dentes, apesar de toda a alegria que a D demonstrou o dia todo, eu naquele momento senti pena de mim! e pensei: enquanto eles não me deixarem dormir, tenho de parar com estas m####s e só fazer coisas pequenas! o cansaço falava muito alto. peguei no telemóvel e para ir deitar-me e li: os teus sobrinhos comentaram "a tia faz festas muita fixes!"

e.. para o ano haverá mais. aliás, daqui a dez meses no terceiro aniversário (....... não é terceiro, é só o próximo) do S :)

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

setembro

 Carla Nazareth ilustrações

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