domingo, 29 de julho de 2018

pensar diferente (ou a máquina que voou)

ontem encontrámo-nos com uma amiga dos miúdos e respectivos pais.

após duas horas de conversa  a mãe perguntou-me que acabamentos é que escolhi. expliquei que comprámos a casa sabendo que o construtor compra os materiais em grande quantidade por isso já está tudo decidido. mesmo com isto, ainda escolhi o chão de uma das casas de banho, o layout dos móveis da cozinha, um dos lavatórios, a cor das paredes, a bancada da cozinha, a fechadura duma porta e, o lugar da máquina de lavar roupa.

sempre que falo desta última, as pessoas fazem uma cara muito engraçada - deixar de ter a máquina da roupa na cozinha e pô-la no primeiro andar??!!? daquelas caras que revelam que me estão a considerar maluca, mas que também se consideram sem coragem.

acontece que eu sou observadora e, logo na primeira vez que vimos a planta da casa, apercebi-me que a cozinha não era muito grande e que tinhamos uma casa de banho enorme no primeiro andar. logo, não sei porquê, lembrei-me das vezes que estava em casa de amigos meus, com moradias, em que a roupa acabou de lavar e lá vai alguém carregado com o cesto cheio de roupa molhada para o primeiro andar. por outro lado,  lembrei-me que muitas casas americanas têm lavandaria no primeiro andar. eu tenho mesmo de ter cuidado com as costas, mas além disso, quantos minutos se gastam a mais por, primeiro, despirem-se todos os dias na zona dos quartos e levarem a roupa para perto da máquina, no rés do chão? terem de subir com a roupa molhada para a extender e secar, ou mesmo estender no rés do chão e depois de seca, terem de a levar para o primeiro andar? é que a maioria da roupa tem origem e destino o primeiro andar. se tivermos atenção aos nossos ritmos e flows dentro de casa, percebemos que mudando pequenas coisas, a vida simplifica. claro que normalmente não temos oportunidade de mudar o layout de escoamento da casa, mas se eu não tivesse já o hábito de questionar estas coisas, acho que não me teria lembrado de alterar o sítio da máquina.

parece-me que ainda estamos tão apegados ao "toda a vida vi isto assim" que temos sempre receio de pensar diferente.

problema: a minha máquina centrifuga muito "alto"! :)

sexta-feira, 13 de julho de 2018

a estranha relação amistosa entre gaivotas e pombos

há gaivotas no centro de lisboa.

talvez seja pelo verão que não chega, ou pura e simplesmente por haver tempestade no mar, mas elas estão em terra.

nos últimos dias, em que comecei a reparar e a ouvi-las mais vezes, fecho os olhos por segundos e imagino-me junto ao mar. respiro.

hoje foi mais um dos dias em que pude fechar os olhos e quase respirar aquela maravilhosa brisa. mas depois não se calaram! ouviamo-las mais e mais perto de nós, sem parar. um colega espreitou a varanda (aquela que felizmente, não podemos usar por razões de segurança, dizem). estavam de volta de um pombo morto. pensei: que bichos nojentos (as gaivotas e os pombos) e claro, que comem os resto uns dos outros. mas no mesmo instante que o meu colega se apercebeu do manjar das gaivotas, outro grupo de gaivotas atacava outro pombo, este vivo. não era manjar, nem sequer assassinato, era massacre.

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