falou-me de um livro que está a ler, e outro que desistiu de ler. por razões diferentes, ambos a fizeram lembrar-se de mim.
"fartei-me de pensar em ti de manhã"
o livro actual foi pelo curso que eu tirei. o anterior foi
"porque elas gostavam do uso da palavra, pessoas esquisitas*. escreviam-se, muitas das vezes a contar histórias que inventavam quando viam alguém que lhes chamava a atenção.. na rua, no metro, em algum sítio.. . criavam uma vida para essas pessoas"
*tenho de fazer aqui um resguardo - fartei-me de rir com o "esquisito" porque ela estava só mesmo a meter-se comigo
"ah, eu sou esquisita?! [mesmo à gaja para a irritar] e eu não ando por aí a inventar coisas"
esta conversa foi antes, estávamos a caminhar para lá. ... hoje foi um dia difícil.
fui ontem com ela buscar um resultado, positivo para HPV (porra, sermos as três e as três no espaço de um ano sermos diagnosticadas!!), ela já estava mentalizada, e por ter pessoas à volta que passaram ou estão a passar, conseguiu desmistificar. o problema foi outro. o problema foi ter sentido uma coisa no peito.
no dia seguinte ao achado, felizmente, seria dia do médico que trabalha connosco vir. pensei que a fosse acalmar, no entanto marcou-lhe logo uma mamografia e ecografia. marcou no próprio dia para hoje de manha, sabendo que levaria alguns dias a estar pronto. no entanto, na eco, o médico decidiu que o resultado estaria pronto ainda hoje, seria urgente. usou a palavra "preocupante". vi-a quase às 10, contou-me. saí-me com um "estás bem?" e quando vi as lágrimas fartei-me de chamar-me nomes e nomes!!!! BURRA! senti-me tão mal durante todo o dia.. não saber o que lhe dizer, como ajudar. tive o dia todo a contar-lhe disparates.. fomos buscar o resultado às 17, às 17.40 teria ginecologista (já marcado devido ao outro problema). até ela entrar fomos falando. livros e cenas. até consegui, mesmo com o trabalho a apertar, fazer uma lista de 3 tópicos de assuntos a falar com ela - tudo o que não envolvesse hpv's, mamas, problemas e lágrimas. chegámos, entrou, contou-lhe, ele disse que não havia razão, que não tem idade, abriu o resultado e calou-se.
"óh filha, não me vou prenunciar, mas não há-de ser nada.. vês e depois trata-se o que for. também se tiveres de tirar, hoje em dia já não tiram a mama! vens cá à minha colega na próxima 2ª que eu essa parte já não gosto muito"
viemos juntas. senti-a acalmar-se.
ainda à hora de almoço lhe tinha dito que admirava muito as mulheres de ginecologistas, têm de ter imensas capacidades e originalidade!!!
r - "então o sô dôtôr não gosta de mamas... hum.. é assim que ele e a mulher mantêm a sanidade sexual e matrimonial. aliás, acho que eles se conheceram ainda na escola. em que ela lhe disse: se gostas assim tanto de coninhas podes ir para ginecologia, mas nada de mamas, se não, não sei como vamos sequer ter filhos!"
ela - "estás a ver porque te digo que o livro tem tudo a ver contigo?!? se quiseres podes sempre escrever-me que eu leio-te, mas não esperes resposta que eu não escrevo"
ps - caso tenham acompanhado algumas entradas do diário do meu hpv, facilmente percebem que o nosso ginecologista é o mesmo :)
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