"marco" não é o nome, na realidade, é Carolina, filha de um amigo querido.
eles engravidaram por volta do dia que nós deixámos de tomar a pílula, mas como já tinha corrido mal na primeira vez, só informaram quando a gravidez já ia lançada. eu soube no dia (exactamente no dia) que viajei para a República Dominicana, quando cheguei ao hotel, liguei o telemóvel e foi a primeira mensagem que li. tinha sabido há muito pouco tempo que os meus ovários precisariam de ser "excitados" quimicamente.
hoje, quando recebi a mensagem do G, dizendo que a filhota já estava cá fora, fiquei tão mas tão feliz pela felicidade deles! e quando me consciencializei desta felicidade, ainda fiquei mais feliz.
tenho dado por mim, ultimamente, tantas vezes com medo de não conseguir ficar genuinamente feliz pelas gravidezes dos outros, tenho dado por mim, algumas vezes, triste pelas crianças das outras, tenho me dado quase como louca, porque para cada lado que olho existe uma barriga (e pior, são barrigas verdadeiramente lindas). tenho-me "mal tratado" por todos estes sentimentos negativos, temendo as alturas em que me fazem ou poderão fazer certas perguntas, ou em que saberei que mais pessoas estão grávidas, tenho chorado também pelo meu egoísmo. não fui treinada para nada disto. as mulheres nasceram para ser mães e no entanto parece que sempre soube que não iria ser assim tão fácil. por outro lado, não somos minimamente preparadas para as coisas não correrem bem, especialmente neste assunto, ainda vi tantas vezes à minha volta, enquanto pequena, a ideia de que se uma mulher não conseguia naturalmente, o objectivo da sua vida tinha sido em vão.
no entanto, hoje, a Carolina, sem me conhecer, marcou-me. disse-me que tudo vai correr bem, disse-me que não faz mal chorar, mas sorrir e gargalhar é tão bom. disse-me que não sou insensível, somente humana.
Sem comentários:
Enviar um comentário