segunda-feira, 2 de outubro de 2017

eu e as minhas costas

aprendi antes dos meus colegas de escola que nas costas, entre outras, existe a zona lombar e a zona sacra. que a zona que une ambas é a lombar-sagrada.

foi depois de uma queda, deveria ter uns douze anos. as dores levaram-me ao médico e ao meu primeiro TAC, donde saí sozinha de camioneta e fui o caminho todo com tonturas (pensei que todos os TAC's provocassem isso). poucos dias depois telefonaram a dizer que tinha de o repetir porque tinha ficado tremido, e aí percebi que os TAC's não dão tonturas.

lembro-me de não ter percebido grande coisa do que o médico disse após ver o exame, e lembro-me que passado alguns dias a minha mãe finalmente ganhou coragem e no meio do caminho entre Almada e o Monte, disse-me que eu teria de ser operada à coluna, mas que só aconselhavam a operação quando já não houvesse nada a fazer: ou seja, quando eu ficasse sem andar.
com o tempo e mais conversas, fui percebendo que tinha uma má formação na coluna, os discos na zona lombar-sagrada estavam mais para dentro do que o normal, que mais cedo ou mais tarde iriam tocar nos nervos e tendões que ligam às pernas e seria nesse momento que ficava sem andar. percebi que achavam que não se devia mexer antes, porque na coluna só se toca em último recurso.
isto foi há mais de vinte anos.
as dores continuaram sempre a piorar e, confesso, ainda fui a um ou outro médico diferente à espera de alguma ajuda, mas eles aconselharam operação, um deles.. com urgência! percebi que a operação já não era vista como último recurso, o problema é que na minha cabeça, sempre continuou a ser.
agora, depois de quatro ortopedistas terem sugerido cirurgia, mais um osteopata, mais dois médicos de clínica geral, mais um neurocirurgião.. e a minha chefe ter-me perguntado directamente quando é que iria deixar de pedir opiniões e aceitar que esse é o caminho... passei pela Neurocirurgia do Hospital Garcia de Orta, e confesso: não gostei do que lá vi, assustei-me e após tantos anos a não querer pensar nisto, tornou-se uma tortura ter de esperar. segui para o Hospital da Luz e o médico encaminhou-me para a CUF Infante Santo.
agora é fazer de tudo para que passe rápido sem pensar demasiado - claro que as enxaquecas diárias fazem-me ter certeza que o stress está altamente presente..

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