a vida é um lugar estranho.
o facto de pertencer ao mundo dos blogs à pouco tempo, faz-me parecer que é tudo uma realidade virtual e irreal, no entanto, deparamo-nos por vezes com blogs que relatam o dia-a-dia de algo profundo como uma doença. vamos torcendo pela pessoa que lemos, ou, muitas vezes, pela pessoa de que se fala no post.. ficamos com o coração apertadinho como se fosse alguém que conhecemos aos anos.. tenho vindo a acompanhar um blog assim, e nos últimos posts da semana passada da ME, fiquei a orar ao Pai, com um sentimento estranho.
desejamos sempre o melhor para quem sofre, para quem o rodeia, no entanto, é tão difícil não ser egoísta e não desejar, simplesmente, que a pessoa fique bem e que tudo volte a ser o que era.
algum tempo após o falecimento do meu avô, a minha irmã escreveu-me: "às tantas apercebi-me de algo estranho - o avô não tinha morrido! Ele estava vivo dentro de mim. Não, esta não é aquela expressão que se usa tantas vezes quando alguém morre 'a recordação dele sempre vai manter-se viva no nosso coração...'. É algo mais profundo: apercebi-me que o avô tinha cumprido uma missão nesta vida- de passar os ensinos de uma vida; o que ele mesmo era como pessoa, a outros- a mim! Isso significa que ele permanece vivo em muitos dos meus pensamentos ainda; ou da minha maneira de ser ainda... muitas recordações com ele fizeram de mim uma pessoa melhor. É esta a particularidade da vida: dar a oportunidade de se passar a outros. Não apenas pelos genes, ou por simples reprodução. Mas dando aos outros a possibilidade de aprender coisas belas e ensinos importantes que um dia já se aprendeu. Os que já morreram ainda estão vivos dentro de nós: as suas vidas, inevitavelmente, passaram a fazer parte da nossa tempos antes de desaparecerem. Não é isso um privilégio? "
e assim, sinto-me de luto por alguém que pessoalmente nunca conheci, e tento dar mais valor à minha vida, a tudo o que tenho, aos que me rodeiam.
Muita força ME
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